Motivação para coprodução do bem público:

reflexões conceituais e apontamentos de pesquisa.

Autores

  • Joacil Carlos Viana Bezerra Universidade Federal da Paraíba - Programa de Pós-Graduação em Administração - UFPB/PPGA https://orcid.org/0000-0002-7320-0148
  • Antonio Gouveia Junior UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
  • Carlos Eduardo Cavalcante UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

DOI:

https://doi.org/10.20401/rasi.8.2.582

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar e discutir o estado da arte sobre as motivações dos cidadãos para a Coprodução do Bem Público (CBP). O propósito é identificar os diversos aspectos que motivam os cidadãos a se envolverem na CBP, seja em parceria com o Estado ou com organizações da sociedade civil, bem como permitir a geração de novos conhecimentos a partir destes aspectos. Como metodologia, a pesquisa utilizou a revisão integrativa da literatura, mediante análise de conteúdo categorial, com a finalidade de reunir e sintetizar os resultados de pesquisas que abordam aspectos que motivam o cidadão a ser coprodutor do bem público. Os aspectos motivacionais apresentados na matriz de síntese apontam as diferentes motivações para o cidadão participar da CBP, deixando latente a complexidade do tema e o quão difícil é propor um modelo de tamanho único, pois diferentes formas de coprodução podem exigir estratégias diferentes para engajar o público. Listar estes aspectos é relevante aos gestores públicos e de organizações da sociedade civil, pois poderão nortear as estratégias a serem utilizadas no engajamento do cidadão na CBP. Assim, eles devem adotar diferentes estratégias quanto ao envolvimento dos cidadãos na CBP, levando em consideração que cada participante é único e tem motivações diferentes. Baseando-se nos aspectos analisados, são apresentados questionamentos que contribuem para a formação de uma agenda de pesquisa, bem como auxiliam gestores públicos interessados na coprodução do bem público como estratégia de gestão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Age, L. M., Schommer, P. C. (2017). Coprodução de Serviço de Vigilância Sanitária: Certificação e Classificação de Restaurantes. Revista de Administração Contemporânea, 21(3), 413-434. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2017170026

Alford, J. (2002). Why Do Public-Sector Clients Coproduce? Toward a Contingency Theory. Administration & Society, 34(1), 32–56. https://doi.org/10.1177/0095399702034001004

Alford, J., Yates, S. (2016). Co?Production of Public Services in Australia: The Roles of Government Organizations and Co?Producers. Australian Journal of Public Administration, 75: 159-175. doi:10.1111/1467-8500.12157

Botelho, L. L. R., Cunha, C. C. de A., Macedo, M. (2011). O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade, 5(11), 121-136. https://doi.org/10.21171/ges.v5i11.1220

Bovaird, T. (2007). Beyond Engagement and Participation: User and Community Coproduction of Public Services. Public Administration Review, 67: 846-860. doi:10.1111/j.1540-6210.2007.00773.x

Bovaird, T., Ryzin, V. G., Loeffler, E., Parrado, S. (2015). Activating Citizens to Participate in Collective Co-Production of Public Services. Journal of Social Policy, 44(1), 1-23. doi:10.1017/S0047279414000567

Bovaird, T., Stoker, G., Jones, T., Loeffler, E., Roncancio, P. M. (2016). Activating collective co-production of public services: influencing citizens to participate in complex governance mechanisms in the UK. International Review of Administrative Sciences, 82(1), 47–68. https://doi.org/10.1177/0020852314566009

Brandsen, T., Pestoff, V. (2006) Co-production, the third sector and the delivery of public services, Public Management Review, 8:4, 493-501.

Brandsen, T., Honingh, M. (2016). Distinguishing Different Types of Coproduction: A Conceptual Analysis Based on the Classical Definitions. Public Admin Rev, 76: 427-435. doi:10.1111/puar.12465

Brudney, J. L., England, R. E. (1983). Toward a definition of the coproduction concept. Public Administration Review, 43(1), 59-65.

Chaebo, G., Medeiros, J. (2017). Participação direta em coprodução é democrática? Controle vetorial da dengue em Campo Grande – MS. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, 22(71).

Fledderus, J. (2015). Does User Co-Production of Public Service Delivery Increase Satisfaction and Trust? Evidence From a Vignette Experiment. International Journal of Public Administration. 38. 1-12.

Fledderus, J., Honingh, M. (2015). Why People Co-Produce within Activation Services: The Necessity of Motivation and Trust—An Investigation of Selection Biases in a Municipal Activation Programme in the Netherlands. International Review of Administrative Sciences. 82. 10.1177/0020852314566006.

Fledderus, J., Brandsen, T., Honingh, M. E. (2015). User co-production of public service delivery: An uncertainty approach. Public Policy and Administration, 30(2), 145–164. https://doi.org/10.1177/0952076715572362

Fontes?Filho, J. R (2014). “Da nova gestão pública à nova governança púbica: as novas exigências de profissionalização da função pública”. XIX Congresso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, novembro, Quito, Ecuador.

Ganong L. H. (1987). Integrative reviews of nursing research. Research in nursing & health, 10(1), 1–11. https://doi.org/10.1002/nur.4770100103

Klein Jr, V. H., Salm, J. F., Heidemann, F. G., Menegasso, M. E. (2012). Participação e coprodução em política habitacional: estudo de um programa de construção de moradias em SC. Revista de Administração Pública, 46(1), 25-48. https://doi.org/10.1590/S0034-76122012000100003

O'Brien, D. T., Offenhuber, D., Baldwin P. J., Sands, M., Gordon, E. (2017). Uncharted territoriality in coproduction: The motivations for 311 reporting. Journal of Public Administration Research and Theory, 27(2), 320–335.

Ostrom, E. (1996). Crossing the great divide: Coproduction, synergy, and development. World Development, 24(6), 1073–1087. https://doi.org/10.1016/0305-750X(96)00023-X

Parks, R.B., Baker, P.C., Kiser, L., Oakerson, R., Ostrom, E., Ostrom, V., Percy, S.L., Vandivort, M.B., Whitaker, G.P., Wilson, R. (1981). Consumers as coproducers of public services: some economic and institutional considerations. Policy Studies Journal, 9: 1001-1011. doi:10.1111/j.1541-0072.1981.tb01208.x

Parrado, S., Gregg, G., Ryzin, V., Bovaird, T., Löffler, E. (2013). Correlates of Co-production: Evidence from a Five-Nation Survey of Citizens, International Public Management Journal, 16:1, 85-112, DOI: 10.1080/10967494.2013.796260

Pestoff, V. (2012). Co-production and third sector social services in Europe—Some crucial conceptual issues. In V. Pestoff, T. Brandsen , & B. Verschuere (Eds.), New public governance, the third sector and co-production (Chap. 2). London: Routledge

Petukiene, E., Tijunaitine, R., Damkuviene, M. (2012). Participation of clients in public services: the aspect of motivating. Inzinerine Ekonomika-Engineering Economics, 23(3), 301–309.

Ribeiro, A., Andion, C., Burigo, F. (2015). Ação coletiva e coprodução para o desenvolvimento rural: um estudo de caso do Colegiado de Desenvolvimento Territorial da Serra Catarinense. Revista de Administração Pública, 49(1), 119 a 140. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/42967

Rocha, A., Schommer, P., Debetir, E., Pinheiro, D. (2019). Transparência como elemento da coprodução na pavimentação de vias públicas. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, 24(78).

Ronconi, L. F. A., Debetir, E., Mattia, C. (2011). Conselhos Gestores de Políticas Públicas: potenciais espaços para a coprodução dos serviços públicos. Contabilidade, Gestão e Governança, 14(3), 46-59.

Salm, J. F. (2014) Coprodução de bens e serviços públicos. In: BOULLOSA, Rosana de Freitas (org.). Dicionário para a formação em gestão social. Salvador: CIAGS/UFBA, p. 42-44.

Salm, J. F.; Menegasso, M. E. (2010). Proposta de modelos para a coprodução do bem público a partir das tipologias de participação. Anais do XXXIV Enanpad.

Salm, J. F., Menegasso, M. E., Ribeiro, R. M. (2007). Co-produção do bem público e o desenvolvimento da cidadania: o caso do Proerd em Santa Catarina. Revista Alcance, 14(2), 231-246.

Schommer, P. C., Nunes, J. T., Moraes, R. L. (2012). Accountability, controle social e coprodução do bem público: a atuação de vinte observatórios sociais brasileiros voltados à cidadania e à educação fiscal. Publicações da Escola da AGU: Gestão Pública Democrática, Brasília, (4)18, 229-258.

Sharp, E. B. (1980). Toward a New Understanding of Urban Services and Citizen Participation: The Coproduction Concept. Midwest Review of Public Administration, 14(2), 105–118. https://doi.org/10.1177/027507408001400203

Sicilia, M., Sancino, A., Nabatchi T., Guarini, E. (2019). Facilitating co-production in public services: management implications from a systematic literature review, Public Money & Management, 39:4, 233-240, DOI: 10.1080/09540962.2019.1592904

Silva, F. A., Knoll, A., Moretto Neto, L. (2016). A Coprodução de Serviço Público na Reciclagem de Resíduos Sólidos: Estudo no Município de Florianópolis. Revista de Administração, Contabilidade e Economia da FUNDACE, 7(3), 64-76.

Soares, G., Farias, J. (2019). Com quem a escola pode contar? A coprodução do Ensino Fundamental público por familiares de estudantes. Revista de Administração Pública, 53(2), 310-330. Recuperado de http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/78496

Sundeen, R. (1988). “Explaining Participation in Co-Production – A Study of Volunteers.” Social Science Quarterly 69 (3): 547–568

Thijssen, P., Van Dooren, W. (2016). Who you are/where you live: do neighborhood characteristics explain co-production? International Review of Administrative Sciences, 82(1), 88–109. https://doi.org/10.1177/0020852315570554

Tõnurist, P., L. Surva. (2017). “Is Volunteering Always Voluntary? between Compulsion and Coercion in Co-Production.” VOLUNTAS: International Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations 28 (1): 223–247. doi:10.1007/s11266-016-9734-z

Torraco, R. J. (2005). Writing Integrative Literature Reviews: Guidelines and Examples. Human Resource Development Review, 4(3), 356–367. https://doi.org/10.1177/1534484305278283

Tuurnas, S. (2016). Looking beyond the Simplistic Ideals of Participatory Projects: Fostering Effective Co-production?, International Journal of Public Administration, 39:13, 1077-1087, DOI: 10.1080/01900692.2016.1178284

Uzochukwu, K., Thomas, J.C. (2018), Who Engages in the Coproduction of Local Public Services and Why? The Case of Atlanta, Georgia. Public Admin Rev, 78: 514-526. doi:10.1111/puar.12893

Van Eijk, C. J. A., Steen, T. P. S. (2014). Why People Co-Produce: Analyzing citizens’ perceptions on co-planning engagement in health care services, Public Management Review, 16:3, 358-382, DOI: 10.1080/14719037.2013.841458

Van Eijk, C. J. A., Steen, T. P. S. (2016). Why engage in co-production of public services? Mixing theory and empirical evidence. International Review of Administrative Sciences, 82(1), 28–46. https://doi.org/10.1177/0020852314566007

Van Eijk, C. J. A., Steen, T. P. S. Verschuere, B. (2017). Co-Producing Safety in the Local Community: A Q-Methodology Study on the Incentives of Belgian and Dutch Members of Neighborhood Watch Schemes. Local Government Studies, (43, 3), 323–343.

Vanleene, D., Verschuere, B., Voets, J. (2015). Co-Producing a Nicer Neighborhood: Why Do People Participate in Community Development Projects? Paper presented at the IIAS Study Group on Co-Production, Nijmegen.

Verschuere, B., Brandsen, T., Pestoff, V. (2012). “Co-Production: The State of the Art in Research and the Future Agenda.” Voluntas, 23 (4): 1083–1101. doi:10.1007/s11266-012-9307-8.

Voorberg, W. H., Bekkers, V. J. J. M., Tummers, L. G. (2015). A Systematic Review of Co-Creation and Co-Production: Embarking on the social innovation journey, Public Management Review, 17:9, 1333-1357, DOI: 10.1080/14719037.2014.930505

Whittemore, R., Knafl, K. (2005). The integrative review: updated methodology. Journal of advanced nursing, 52(5), 546–553. https://doi.org/10.1111/j.1365-2648.2005.03621.x

Downloads

Publicado

2022-05-01