A Baixa Internacionalização das Empresas Brasileiras: Uma Análise das Principais Barreiras Institucionais
DOI:
https://doi.org/10.20401/rasi.4.2.178Palavras-chave:
grau de internacionalização, barreiras regulatórias e tributárias, infraestrutura nacional, empresas brasileiras, ambiente institucionalResumo
O objetivo deste artigo é analisar as características do ambiente institucional do Brasil que dificultam a internacionalização das empresas brasileiras. O alcance deste objetivo se torna possível através da análise da relação entre a tributação brasileira e a baixa internacionalização das empresas nacionais; e da relação entre a infraestrutura brasileira e a baixa internacionalização dessas empresas nacionais. A base teórica adotada engloba as teorias de internacionalização e a visão baseada em instituições. Para viabilizar este estudo, utilizam-se os dados da pesquisa Enterprise Surveys da agência International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, realizada em 2009. A pesquisa realizada confirmou que os obstáculos associados à questão da tributação brasileira são mais percebidos e enfrentados por empresas brasileiras internacionalizadas do que as não internacionalizadas. Isto pode ser justificado pelo fato das empresas internacionalizadas terem vivenciado essas dificuldades e aprendido a lidar com esses obstáculos para poder realizar suas atividades, enquanto que as não internacionalizadas, por ainda não realizarem atividades no exterior, não conseguem perceber da mesma forma esses obstáculos da tributação. Já os obstáculos da infraestrutura nacional implicam na atuação tanto de empresas não internacionalizadas quanto de internacionalizadas, mostrando que esta barreira afeta ambas de forma similar.
Downloads
Referências
Andersson, U. & Forsgren, M. (2000). In Search of Centre of Excellence: network embeddedness and subsidiary roles in multinational corporations. Management International Review, 40, p. 329-350.
Banco Central do Brasil. (2016). Capitais brasileiros no exterior (CBE): ano-base 2015. Brasília, DF.
Banco Mundial. Gross Domestic Product (current US$). Recuperado em 11 Novembro, 2016, de http://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.CD
Barcellos, E. P.; Cyrino, A. B. (2007). Quão internacionalizadas são as nossas multinacionais? Proposta de metodologia e resultados da sua aplicação a empresas brasileiras com atuação no exterior. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 31.
Barney, J. (1991). Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management 17(1), 99-120.
Bêrni, D. A., & Fernandez, B. P. M. (2012). Métodos e técnicas de pesquisa: modelando as ciências empresariais. São Paulo: Saraiva.
Blaxter, L., Hughes C., & Tight, M. (2010). How to research. Berkshire: Open University Press.
Borini, F. M., Ribeiro, F. C. F., Coelho, F. P., & Proença, E. R. (2006). O prisma da internacionalização: um estudo de caso. FACES, 5(3), p. 42-55.
Cavusgil, S. T., & Kirpalani, V. (1993). Introducing products into export markets: success factors. Journal of Business Research, 27, p. 1-15.
Cavusgil, S. T., Knight, G., & Riesenberger, J. R. (2010). Negócios internacionais: estratégia, gestão e novas realidades. São Paulo: Pearson.
Cetra, G. O., & Oliveira, M. A. S. (2014). Infraestrutura e crescimento regional no Brasil: uma análise da alocação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Revista de Economia e Administração, 13(1), p. 5-29.
Confederação Nacional da Indústria. (2012). Internacionalização das empresas brasileiras: motivações, barreiras e demandas de políticas públicas. Brasília, DF.
Datta, D. K., Herrmann, P., & Rasheed, A. A. (2002). Choice of foreign market entry modes: critical review and future directions. Advances in International Management. 14, p. 85-153.
Dow, D. (2000). A note on psychological distance and export market selection. Journal of International Marketing, 8(1), p. 51-64.
Feldmann, P. R. (2010). Empresas latino-americanas: oportunidades e ameaças no mundo globalizado. São Paulo: Atlas.
Fleury, A. (2010). Gestão empresarial para a internacionalização das empresas brasileiras. São Paulo: Atlas.
Ferreira, P. C. (1994). Infraestrutura pública, produtividade e crescimento. Pesquisa e Planejamento Econômico,24(2), p. 187-202.
Fleury, A., & Fleury, M. T. L. (2007). Internacionalização e os países emergentes. Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Floriani, D. E. (2010). O grau de internacionalização, as competências e o desempenho da PME brasileira. Universidade de São Paulo: São Paulo, 307p.
Folster, A., Silveira, T. P., Ferreira, L. F., & Lunkes, R. J. (2016). Pesquisa empírica em contabilidade tributária: um panorama das pesquisas tributárias no Brasil. REUNIR: Revista de Administração, Contabilidade e Sustentabilidade, 6(1), p. 1-16.
Forsgren, M. (1989). Managing the internationalization process. Londres: Routledge.
Forte, S. H. A. C.; Sette Jr, E. L. M. (2005). Grau de internacionalização de empresas: um estudo no setor de rochas ornamentais e de revestimento no Estado do Ceará. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração, Brasília, DF, Brasil, 29.
Forte, S. H. A. C.; Moreira, M. Z. (2007). Internacionalização das maiores empresas exportadoras do setor calçadista brasileiro: estudo do perfil, estratégias e desempenho. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 31.
Global Entrepreneurship Monitor. (2014). Empreendedorismo no Brasil. Curitiba: IBQP.
Hair Jr, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman.
Hitt, M. A., Hoskissom, R. E. & Kim, H. (1997). International diversification: effects on innovation and firm performance in product-diversified firms. Academy of Management Journal, 40(4), p.767-798.
Honorio, L. C. (2009). Grau de internacionalização de empresas brasileiras de manufaturados e a influência de fatores organizacionais e estratégicos. Revista de Administração Mackenzie, 10(5), p. 154-180.
Hoskisson, R. E., Wright, M., Filatotchev, I., & Peng, M. W. (2013). Emerging multinationals from mid-range economies: the influence of institutions and factor markets. Journal of Management Studies, 50(7), p. 1295-1321.
International Finance Corporation. (2011). Enterprise surveys: Brazil – 2009. Washington: GIAEA.
Johanson, J., & Vahlne, J. E. (1977). The internationalization process of the firm – a model of knowledge development and increasing foreign market commitments. Journal of International Business Studies, p. 23-32.
Johanson, J., & Vahlne, J. E. (1990). The mechanism of internationalization. International Marketing Review, 7(4), p.11-24.
Khoury, T. A., & Peng, M. W. (2011). Does institutional reform of intellectual property rights lead to more inbound FDI? Evidence from Latin America and the Caribbean. Journal of World Business, 46, p. 337-345.
Martins, G. A., & Pelissaro, J. (2005). Sobre conceitos, definições e constructos nas ciências contábeis. BASE – Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 2(2), p. 78-84.
Martins, G. A., & Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas.
Mendes, Z., & Ferreira, G. T. C. (2013). Negócios internacionais e suas aplicações no Brasil. São Paulo: Almedina Brasil.
Oliveira, M. A. S., & Teixeira, E. C. (2006). Desoneração tributária dos serviços de infraestrutura no Brasil: uma análise do equilíbrio geral. Reuna, 11(2), p. 35-58.
Oliveira Jr, M, M. (2010). Multinacionais brasileiras: internacionalização, inovação e estratégia global. Porto Alegre: Bookman.
Passos, G. D., & Mendes da Silva, W. (2014). Legislação específica para infraestrutura e P&D induz redução de risco de debêntures no Brasil. Revista de Finanças Aplicadas, 2, p. 1-35.
Peng, M. W. Estratégia global. (2008). São Paulo: Thomson Learning.
Peng, M., Sun, S., Pinkham, B., Chen, H., (2009). The institution-based view as a third leg for a strategy tripod. The Academy of Management Perspectives 23(3), p. 63-81.
Peng, M. W., & Parente, R. C. (2012). Institution-based weaknesses behind emerging multinationals. Revista de Administração de Empresas, 52(3), p. 360-364.
Penrose, E. (1959). The theory of the growth of the firm. Oxford: Oxford University Press.
Pohlmann, M. C., & Iudícibus, S. (2006). Classificação da pesquisa tributária: uma abordagem interdisciplinar. Enfoque: Reflexão Contábil, 25(3), p. 57-71.
Porter, M. E. (1980). Competitive Strategy. The Free Press, New York.
Gilpin, R. (2001). Global Political Economy. Princeton: Princeton University Press.
Reuber, A. R., & Fischer, E. (1997). The influence of the management team’s international experience on the internationalization behaviors of small and medium-sized enterprises. Journal of International Business Studies, 28(4).
Root, F. R. (1994). Entry strategies for international markets. New York: Lexington Books.
Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (2006). Metodologia de pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill.
Sullivan, D. (1994). Measuring the degree of internationalisation of a firm. Journal of International Business Studies, 34(2), p. 165-186.
Stöttinger, B., & Schlegelmich, B.B. (1998). Explaining export development through psychic distance: enlightening or elusive? International Marketing Review, 15(5), p. 357-372.
Tallman, S., & Li, J. (1996). Effects of international diversity and product diversity on the performance of multinational firms. Academy of Management Review, v. 39(1), p. 179-196.
Tanure, B., & Duarte, R. G. (2006). Gestão internacional. São Paulo: Saraiva.
Turolla, F. A. (2013). Towards a theory of international production of infrastructure services. Revista Eletrônica de Negócios Internacionais, 8(1), p. 17-30.
United Nations Conference on Trade and Development. (2016) World investment report 2016: investor nationality: policy challenges. Geneva: United Nations.
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (2001). MOST Annual Report. Recuperado de http://www.unesco.org/most/most_ar_part1c.pdf.
Welch, L. S., & Luostarinem, R. (1988). Internationalisation: evolution of a concept. Journal of General Management, 14(2), p. 34-55.
Zahra, S. A., Ireland, D. R., & Hitt, M. A. (2000). International expansion by new venture firms: international diversity, mode of market entry, technological learning and performance. Academy of Management Journal, 43(5), p. 925-950.
Zhu, Y., Wittmann, X., & Peng, M. W. (2011). Institution-based barriers to innovation in SMEs in China. Asia Pacific Journal of Management, 29, p. 1131-1142.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A RASI, de acordo com a Lei nº 9.610, de 19.02.98 que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências, adota as seguintes condições da Cessão de Direitos Autorais:
- A Revista de Administração Sociedade e Inovação (RASI) mantém, com a cessão dos direitos autorais, a posse dos direitos sobre os conteúdos por ela publicados;
- O autor retém seus direitos morais do conteúdo, incluindo o direito de ser identificado como autor sempre que o conteúdo for publicado;
- Apesar da atribuição dos direitos autorais o autor retém o direito de reutilizar o material em coleções futuras de seu próprio trabalho sem ônus. Os reconhecimentos da publicação anterior na RASI são as únicas exigências em tais casos;
- O autor pode fazer fotocópias do conteúdo, ou distribuí-lo por meio de correio eletrônico ou fax, desde que destinadas às suas próprias aulas e com finalidade de atender objetivos de pesquisa, sob a condição de que: (a) tais cópias não sejam revendidas e (b) referência a fonte original da publicação e o nome da RASI estejam indicados claramente em todas as cópias feitas do material.